Rodízio de você

Tem fome que a comida não mata,
que vem consumindo o corpo,
doendo mais pra cima do estômago
e deixa o peito dormente, faminto
A alma vai minando em roncos e carências
e os olhos logo entregam o que se passa lá dentro.


Daí você aparece
e meus olhos famintos, te devoram
Vou estraçalhando cada gesto, cada detalhe de você que a mente nunca esquece
Vou deliciando o tom da tua voz,
procurando teus olhos, que sorriem pequeninos,
mas que carregam todo um universo no qual amo mergulhar
Você vai passando na minha frente
Sem saber que se oferece em pedaços para minha alma,
que logo vai matando a fome que a mata,
sorvendo todo o teu tempero,
todo caldo, toda fatia, todo sutil movimento…
Você é a comida que não se encontra em qualquer lugar,
que custa caríssimo, que não está para todos,
que tem porte de iguaria
e quer de mim o meu melhor.
Não, não preciso do garfo, da colher,
bastam meus olhos
E eu me farto em você e em toda tua irresistível presença!





www.youtube.com/watch?v=RSltbtS8h6o
(porque a boa música também me alimenta!)

Comentários

Paixão, M. disse…
nham! que delícia de texto, Lud!
Três vivas às saborosas presenças e à sede na ausência.....

e todo o bem a ti.
beijo enorme!
Elisa disse…
Este comentário foi removido por um administrador do blog.
Anônimo disse…
Eu já disse num post anterior e vou repetir: que cara de sorte esse que te inspira assim, que provoca em você esse amor tão gostoso de ler!
Inveja... rsrsrsrs
Cada vez mais adoro te ler!
Ludmila Clio disse…
"Anônimo", quem é vc??

Vc tem comentado, mas não se revela... mas de qq modo, obrigada pelas palavras, pelas visitas.

:)