Nascida na Poesia


Sempre ouço aquela máxima: “eu não quero palavras, eu quero atitudes”. Meditando mais a fundo nessas palavras, descobri que discordo delas. Não! Eu discordo do significado delas quando estão juntas. Sim, discordo. No meu mundo, as palavras por si mesmas já são uma atitude. Escrevê-las a alguém, pronunciá-las... não se traduzem em [fortes] atitudes? Decerto que sim. É preciso o encorajamento da alma para permitir que as palavras saiam de dentro da gente e ganhem o espaço, seja em ondas sonoras ou em linhas: no papel, na tela de um computador, de um celular…


Tragam-me palavras! Não as evite, jamais as cale. Tragam-me palavras, muitas! Tragam-me boas palavras, cultivadas com cuidado, à sombra do desvelo. Expostas ao carinho, regadas na empatia, colhidas por amor. Tragam-me todas, encham os cestos com elas!
Pois no meu mundo, quem tem os olhos treinados a reconhecer a árvore que gera tais frutos, decerto é movido por um coração de atitudes raras. Na essência, palavras não são apenas palavras. Palavras são as raras atitudes, mas tão extraordinários são os que sabem isso!

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