Flores Amarelas


É minha a alma que queima no paraíso
e chora pelo sonho que morre sem um abraço
O anjo sorri tristemente, deixa escapar uma lágrima sem remorso
A solidão é livre, me escolhe e corre em minha direção
Naquela manhã, de longe se ouvia o coral de vozes apaixonadas
De perto, era noite, nada se sentia
A emoção falhou e meu coração, livre, ficou preso naquele dia
O mundo de sonhos agora é mágoa que ninguém confessa
Os planos estavam vivos naquela manhã de flores amarelas,
mas o Sol cometeu suicídio: não suportaria iluminar outra solidão
As esperanças se mataram no oceano abandonado pelas estrelas
Escuridão
A cada dia a feição de fé se desfaz
O café esfria enquanto minha alma queima sozinha no paraíso
As flores amarelas secaram e eu já posso desistir
Nenhuma oração passa do teto, tudo é em vão
Talvez Deus tenha me abandonado
E por ter a alma tão livre,
à liberdade de ser só estou aprisionado.

Comentários

Sávio França disse…
Olá, Ludmila. Mais um linda poesia escrita por você!
Boa sorte nessa competição. Estamos bem representados por você! Parabéns!

Abraço!
Ludmila Clio disse…
Obrigada, Sávio!! É maravilhoso sentir que não estou sozinha. Escrever com limite de linhas e sob uma proposta é sim, um grande exercício. Independente do resultado, isso faz-me crescer e me conhecer um pouco mais. Muito obrigada pelas palavras e pelo incentivo!!

Abração!!!