
Acordo para viver
minha vida lenta acelerada
Por quem arranco meus pelos em dor?
[aqueles olhos não querem ver]
Esboço rabiscos do futuro,
são traços cheios de vazio
Por quem espero?
[não vou enlouquecer no cais]
Vivo de óbvios obscuros
Respiro nexos desencontrados
Em escala industrial
vou estocando meus desvarios
Por quem mergulho em sonhos?
[somente eu durmo _ e durmo para esquecer]
Meu calor é desbancado por uma avalanche
de bytes frios e programados
Por quem choro?
[aquele peito é impermeável]
Virei fantasma em carne viva
Nada é real, tudo é anseio
Nada é movimento, tudo é igual
Bebo descaso em doses homeopáticas
Juntar pedaços
Montar inteiros
Sou inteira pedaços.