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Entre a metade e o nada, perdoe-me, mas opto pelo nada. (Ludmila Clio) |
Liberdade
assim eu não quero
Liberdade
assim é espremida demais:
não
cabem os meus sonhos
Pois
tenho sonhos de carinhos extremados,
de
palavras doces na manhã de quarta-feira,
Tenho
vontades de gentilezas e de simples surpresas
Sonhos
de desejo, de olhares antropofágicos
Tenho
sonhos de despertar certos medos,
tênues
inseguranças...
Não!
Essa
liberdade além de espremida
É
segura demais
Não
há inesperados, não se correm riscos
(daqueles
que rejuvenescem a alma)
E
essa realidade não é a preferida:
há
mil planos antes dela...
Minha
voz não é especial
Meu
carinho é sufocante
E
a vontade de ficar junto tem tom de desespero,
é quase um pedido de esmola...
Bem
que poderias enobrecer a tua alma
E
me trazer vida, vida de verdade...
Mas
Se
vamos continuar nessa solidão a dois,
É
melhor que vá embora
E
leve contigo essa liberdade nauseante
Mas
antes, num ato heróico,
Quebre
os grilhões
que me mantêm acorrentada a ela
e derreta
esse gelo com um caloroso adeus.