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Perdi o medo do fogo
Estou
indiferente ao que já fez diferença
O
dia findou, nem percebi,
mais
um que não vivi.
Perdi
o medo do escuro
e
a poeira tomou conta de tudo.
A
música desafinou,
a
vida viajou e eu fiquei para cuidar de mim.
Perdi
o medo do novo
falar
no fim já não me assusta.
Perdi
o medo da altura da ponte
O
rio transbordou;
o
coração foi inundado,
ainda
assim morre de sede.
Água
suja e doente
foi
o que restou para beber.
O
leite secou:
ao
filho já não posso amamentar.
A
flor murchou
ficou
um trapo desbotado sobre a terra.
Sofrer
é o de menos
Perdi
o medo de perder.