Papéis velhos tornam-se
velhos
porque o que neles está escrito já deixou de ser.
porque o que neles está escrito já deixou de ser.
Hoje mesmo, li em um
deles a nossa história,
escrita em poucas linhas,
escrita em poucas linhas,
mas com palavras tão
intensas e profundas
que seriam capazes de perfurar aquele papel.
que seriam capazes de perfurar aquele papel.
Quando comecei a passar
meus olhos por elas, senti saudade.
Saudade daquele sentimento
que me fez parar meu mundo para prendê-las ali.
que me fez parar meu mundo para prendê-las ali.
Saudade das dúvidas
gostosas daquele tempo,
em que eu me perguntava
se elas se tornariam felicidade concreta
ou não passariam de
palavras sonhadoras, de um conto reticente...
o tempo passou, a
esperança esmaeceu,
meu mundo voltou a girar
e nossa história deixou de ser,
tornou-se letra fria,
não passou de poucas
palavras solitárias, jogadas numa gaveta
escura.
Não respiraram, não se transformaram
em vida real,
mas em lembranças, em
vontades,
em reticências que morreram em ponto final...
em reticências que morreram em ponto final...
Será que algum dia
teremos uma história para chamar de nossa?
Enquanto estivermos em
mundos diferentes, não.
Preciso da coautoria do
teu coração.
Sozinha, não posso chamar
de “nossa” essa vontade que é só minha.