Ele a acusava de mentirosa:
'Você disse que me amava,
ontem à tarde, não se lembra?'
Sim, decerto ela se lembrava,
falara mesmo em amor que,
na tarde passada, até a ela convencia.
Contudo, seu amor
era tal qual uma nuvem de fim de tarde: leve, única, volátil.
Quando a noite chegou,
já não mais existia.
Foi um instante de amor que passou.
Momento perigoso em que ela se
permitiu pronunciar o que ele mais almejava ouvir.
Ele queria o céu.
No entanto, com ele,
ela seria apenas uma nuvem.