Flores Amarelas


É minha a alma que queima no paraíso
e chora pelo sonho que morre sem um abraço
O anjo sorri tristemente, deixa escapar uma lágrima sem remorso
A solidão é livre, me escolhe e corre em minha direção
Naquela manhã, de longe se ouvia o coral de vozes apaixonadas
De perto, era noite, nada se sentia
A emoção falhou e meu coração, livre, ficou preso naquele dia
O mundo de sonhos agora é mágoa que ninguém confessa
Os planos estavam vivos naquela manhã de flores amarelas,
mas o Sol cometeu suicídio: não suportaria iluminar outra solidão
As esperanças se mataram no oceano abandonado pelas estrelas
Escuridão
A cada dia a feição de fé se desfaz
O café esfria enquanto minha alma queima sozinha no paraíso
As flores amarelas secaram e eu já posso desistir
Nenhuma oração passa do teto, tudo é em vão
Talvez Deus tenha me abandonado
E por ter a alma tão livre,
à liberdade de ser só estou aprisionado.