Começo, mais
uma vez, aceito o novo combate
Disso sou
feita, a coragem está em mim, dos pés à cabeça
Nunca
respeitei o medo, que me sussurra bons conselhos
Eis a
alvorada do sentimento,
o primeiro fio de luz que entra pelos meus olhos ainda
dormentes
De longe se
ouve o retumbar do coração estraçalhando em mil o silêncio da solitude
Sinto as
células _uma a uma_ despertando da anestesia profunda
e o sangue
fremente,
superando a corrida da vida a explodir em minhas veias ardentes
Eis o
desafio da entrega plena, cega, destemida, fascinante
Haverá razão
mais legítima para respirar?
Nem mesmo a
dor avassaladora da ausência me intimida
A recebo sem
filtro na veia, de cabeça erguida
Desistir eu
não entendo, aumentar a dose não me acalma
Eis a
alvorada do amor,
o primeiro fio de luz que sai do coração renovado
Abraço a
coragem, recebo a sua bênção
A liberdade
me sorri, sua herança é meu próprio sangue
Leva-me como
um verso de loucura,
Cante-me como uma estrofe de insanidade
Nunca hás de
compreender
Pois começo
mais uma vez, aceito o novo combate, isso está em mim
De coragem
sou feita, dos pés à cabeça
Início, meio
e fim.