O valor de tudo está no olhar de quem vê

"Willows at Vetheuil", Claude Monet, 1880 


Quando eu tinha dez anos, ganhei um anel que era da minha avó. Ele ficava meio largo no meu dedo, mas eu o usava sempre, em homenagem a ela.

Ele era prateado e tinha uma pedra roxa, muito bonita, uma solitária.

Muitos anos depois, fui à joalheria para polir meu anel de formatura e aproveitei para polir também aquele anel antigo, que foi de minha avó.

Só então fiquei sabendo que ele era de prata e aquela pedra roxa era semipreciosa.

Para mim, nada mudou, porque o valor dele sempre foi sentimental. Mas sim, fiquei surpresa.

E isso se aplica a tudo na nossa vida: das quinquilharias jogadas no "quartinho da bagunça" às pessoas.

Eventualmente temos pessoas cheias de valores perto de nós, mas simplesmente não enxergamos isso. São os "Monets" pendurados em nossas paredes, pelos quais passamos todos os dias e sequer reparamos.

Infelizmente é a parede vazia que desperta o nosso olhar. Algumas luzes só chamam a atenção quando finalmente se apagam.

Que pena!

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