Coragem para cortar



Circula por aí uma frase atribuída à Drummond de Andrade - não há certeza de sua autoria - que diz: "escrever é cortar palavras". 

Eu, pessoalmente, chamo esse processo de "lapidação". Há vários rascunhos meus guardados que levam em destaque a palavra "LAPIDAR", coisas onde vejo algum potencial, mas que ainda não estão prontas para levar uma assinatura e assumir sua condição de "coisa pronta".

Na natureza, também, o ato de cortar tem a popularidade da "poda". É preciso cortar galhos para que o vigor da vida reacenda.

Na nossa vida também é assim. É preciso que, de vez em quando, a gente se releia para apagar as palavras que já perderam o seu sentido; é necessário que a gente reavalie os galhos que se ressequiram e já não mais florescem em nossos dias.

Os cortes são necessários.

Quando são óbvios, não magoam tanto, só causam estranheza. Quando são urgentes, geralmente nos custam um bocado.

Mas cortar palavras, pessoas, galhos e franjas sempre nos trazem leveza. E basta nos olhar para perceber. Coragem

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